Pesquisar este blog

sábado, 8 de outubro de 2011

O DOCE ENCANTO DE VIENNA TENG

O mundo da música mudou. Se antes fazer um disco por conta própria era difícil, caro e sem chance de divulgação, hoje a internet e as facilidades do mercado ajudam a impulsionar diversas carreiras. Este blog terá, certamente, vários exemplos como esse, desde musicistas que batalham muito até os já conhecidos "fenômenos da internet" (myspace e youtube que o digam). Um belíssimo e encantador exemplo disso é Vienna Teng, cantora e pianista norte-americana de origem tawanesa, dona de uma voz suave e de melodias caprichadas em seu piano, onde o minimalismo nem sempre significa pobreza musical - muito pelo contrário. Seus melhores momentos são construídos em músicas onde o piano é quase, se não apenas, o único instrumento a acompanhar sua voz.

Confesso que a conheci apenas esse ano, e muito, muito sem querer (graças ao Last FM). Sua carreira teve início em 1998, pouco antes de se formar em Ciências da Computação e trabalhar na Cysco Systems no Vale do Silício. Fazendo aula de piano clássico desde os 5 anos, não acreditou em sua professora de canto, uns 10 anos mais tarde, que disse que sua voz não era adequada pra cantar. Espero de todo coração que essa professora hoje esteja desempregada e passando fome (não, quê isso, maldade...). É claro que Vienna jamais poderia cantar numa ópera, mas quem disse que era essa sua intenção? Em suas próprias palavras, "faço uma espécie de pop-folk", e na verdade é isso mesmo. Não são à toa as comparações com Sarah McLachlan e Tori Amos, só pra citar 2 ótimos e cabíveis exemplos.

Nesse ano de 98, ela lança uma demo, com 4 músicas (uma delas, Eric's Song, com uma letra primorosa). Enquanto ia tocando em festas na faculdade e alguns "piano bar" no norte da Califórnia, seguia trabalhando e compondo, trabalhando e compondo, até que um dia ela chegou pro chefe e falou "meu, não dá mais, desenvolver software é coisa de nerd oriental... ok, eu sou uma nerd oriental, mas também sou cantora e pianista. Fui!". E foi, já com seu primeiro disco, "Waking Hour", prontinho. O ano era 2001, e conseguir uma gravadora que divulgasse seu trabalho era questão de tempo.

E assim aconteceu... em 2002, a Virt Records lança "Waking Hour", com pouquíssimas alterações (na ordem das músicas, pra ser mais exato). É um disco maravilhoso, e esse elogio é pouco. The Tower, Momentum, Drought, Eric's Song... e, é claro, a música mais perfeita de todas, Gravity.

Sem sombra de dúvida, Gravity é a melhor música que eu escutei esse ano - ok, com um pequeno atraso de 9 anos, mas eu duvido que tenha escutado música melhor também em 2002. Bom, pra quem só conheceu Criminal, da Fiona Apple, há 2 meses atrás, até que tá bom, né? Por sinal, Gravity é a única música que tem um clipe, feito recentemente (viu, não foi apenas eu quem descobriu Vienna Teng só agora!). E o clip é lindo, vejam:




2 anos depois, Vienna lança Warm Strangers, ainda pela Virt Records. My Medea e Homecoming são lindas e tem letras maravilhosas; o restante do disco deixa um pouco a desejar - não tem a mesma força do primeiro, talvez por ter tido menos tempo para compor, ou, o que eu tenho quase certeza, foi a famosa Síndrome do 2° disco. Sim, esse mal existe - dê uma olhada nos seus artistas preferidos e veja se não é verdade.

Já o 3° disco, Dreaming Through the Noise, lançado em 2006 pela Zoë/Rounder, é um primor. Arranjos muito bem feitos por Mark Orton, produção caprichada de Larry Klein e uma Vienna Teng inspiradíssima, trazendo, entre outras, as belíssimas Blue Caravan, City Hall, Nothing Without You e Pontchartrain. De lá pra cá, Vienna iniciou sua "Green Caravan Tour", tocando até 5 vezes por semana entre Estados Unidos e Europa - incluindo Viena, capital Austríaca que a recebeu de braços abertos, uma vez que ela escolheu esse nome artístico justamente por gostar muito dessa cidade (seu nome verdadeiro é Cynthia Shih).

Vienna Teng na turnê Green Caravan. Linda, né?

Em abril de 2009, ela lançou InLand Territory, mais uma vez pela Zoë/Rounder, seu 4° disco "oficial". E isso sem parar a turnê - só neste mês, serão 21 shows pelos Estados Unidos, sem contar que ela acabou de voltar da Alemanha e de outros países europeus, já na divulgação do novo disco. Eita mulher incansável! Mas, falando sobre Inland..., é um disco na mesma linha do anterior - muito bem produzido, com letras cada vez mais pessoais (ilustrando inclusive sua mudança, saindo dos ares quentes da Califórnia e indo direto para a fria Nova York). Um destaque especial para White Light, Antebellum e Augustine, belíssimas canções - que ainda estou me acostumando, é cedo pra dizer se vieram pra ficar de vez em meu mp3.



Quem quiser conhecer um pouco mais sobre Vienna, inclusive escutar suas músicas, uma ótima dica é seu próprio site oficial, viennateng.com. Dá até pra baixar algumas músicas direto por lá, mas quem quiser algo mais, é só clicar aqui, que tem (quase) tudo.

Nenhum comentário: